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Pensamento computacional + linguagens de programação no ensino básico?

adolescentes crianças ensino básico p5.js python scratch

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Bárbara Coelho Perguntou 5anosatrás

Oi galera, criei esse tópico para trocarmos ideias sobre o assunto, podendo ser sobre metodologia, conteúdo, currículo, avaliação e projetos.

Dou aula na Escola Eleva onde trabalhamos pensamento computacional a partir do 1º ano, scratch e outras ferramentas de programação em blocos a partir do 4º, python a partir do 8º e p5,js a partir do 9º, como parte do conteúdo de uma disciplina com foco em desenvolvimento de projetos.

Vamos juntar quem ensina para crianças e adolescentes aqui? Quem são vocês?

Respostas

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villares respondeu 5anosatrás

Salve Bárbara!

Tenho experiência com Scratch tanto em contextos mais formais (cursos) como em atividades não-formais, como oficinas, principalmente no Sesc-SP, onde trabalho tempo parcial como educador de tecnologias e artes. Gosto muito!

No ensino médio tenho tentado usar Processing modo Python, que eu uso nos meus trabalhos ensino também para adultos. Estou trabalhando em um material didático aberto em github.com/villares/material-aulas. Gosto também de juntar Arduino e Processing usando comunicação serial (Firmata, pra simplifiacar) em atividades lúdicas.

Já dei muitos cursos de Processing "tradicional' (modo Java), e alguns com p5js. Tenho resistência em usar p5js como ferramenta educacional, apesar da grande vantagem do compartilhamento web (e muito material disponível) acho uma linguagem cheia de "surpresas", e sujeita a erros silenciosos, que na minha opinião atrapalham muito a formação de bons modelos mentais ('notional machine').


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vamoss respondeu 4anos, 7mesesatrás

[Carlos de Oliveira: Este texto é resultado de uma conversa que aconteceu por mensagens que troquei com Alexandre Villares e Thais Azevedo. Essa conversa acontece em razão de um convite feito por Alberto Harres.

O objetivo da conversa era pensar em referências que colaborem para o aprendizagem de tecnologias criativas para crianças.]

Alexandre escreveu:

  • Queria comentar que ensinar lógica de programação em separado é um fenômeno meio atípico do Brasil, não existe praticamente em outros países (tem a ver com a dificuldade de acesso aos computadores nas universidades quando se começou a ensinar programação)

  • Gosto das práticas de ensino de ideias da computação sem computadores mas não vejo tanto sentido em ensinar a programar pra valer no papel, acho mais legal usar scratch ou outra ferramenta de prog pra valer

  • csunplugged.org - Material da Nova Zelândia que chama "ciência da computação sem computadores", ele mesmo traduziu alguns pedaços do curso para uso próprio. A versão mais antiga está arquivada sob classic.csunplugged.org.

Carlos escreveu:

  • Quando ensinando programação para crianças do morro da mineira aqui no Rio, entendemos que o desafio antes do código era um desafio cultural. Há uma crença de que a tecnologia é um caixa preta, que tudo funciona de forma mágica e que abrir essa caixa é ilegal e a quebraria!

  • Quando percebemos esses bloqueios, demos um passo para trás, e trouxemos filmes e discussões.

  • Alguns filmes legais que exibimos foram:

    • Piratas do Vale do Silício
    • Big Hero - https://en.wikipedia.org/wiki/Big_Hero_6_(film)
    • Maker - https://www.youtube.com/watch?v=v-XS4aueDUg
    • Indie Game - https://www.amazon.com/Indie-Game-Movie-Edmund-McMillian/dp/B07DWHXGML
  • Acredito que esse esforço inicial atua diretamente na autoestima da criança, colaborando para a percepção de que ela é capaz e os objetos ao seu redor podem/devem ser reconfigurados/hackeados.

  • Tb gosto de uma abordagem orientada a projetos.

    • Escolhíamos um tema de interesse da criança, na época era Luan Santana por exemplo.
    • E partir do tema criávamos um objetivo: Criar um blog, ou contar uma história.
    • Daí todos os assuntos técnicos vinham das demandas para realizar esse projeto.
  • Teve um caso de ensinar angulo para um aluno que visivelmente "não estava na hora de aprender" isso, e não teve qualquer bloqueio para entender, pois havia propósito no aprendizado.

  • Depois de um tempo começamos a trabalhar mais o senso crítico, o porque estávamos aprendendo a manipular a tecnologia. Como a tecnologia é usada na sociedade... Como podemos utiliza-la para um bem estar social... e por ai vai...

Thais escreveu:

  • Estou tentando construir uma base curricular para a escola a partir do currículo que a code.org disponibiliza. Algumas ferramentas como o Scratch, o Cubetto e o Little Bits têm me ajudado também a entender e a ensinar de forma mais simples.

  • Eu trabalho com crianças de 6 a 10 anos de idade. Uma das minhas turmas propôs a criação de um museu. Então estamos investigando as possíveis relações entre a arte e a lógica de programação e compreendendo como podemos seguir com a criação desse museu.

  • Com uma outra turma, estou trabalhando no desenvolvimento de uma produção audiovisual. As crianças investigaram instrumentos ópticos e foram incentivadas a refletir sobre as relações entre esses instrumentos e a lógica de programação. Elaboramos esses objetos de forma manual e também através do Scratch: https://scratch.mit.edu/projects/417449879/

Carlos falou (transcrito):

  • Uma coisa interessante quando discutimos arte e tecnologia, mesmo que seja num museu de uma forma mais lúdica, é fazer um resgate da arte concreta do Brasil, temos alguns nomes chaves, como é o caso de Waldemar Cordeiro, que foi o primeiro a fazer arte através do computador no Brasil e organizou uma exposição de arte eletrônica. Por que arte concreta? Na cabeça de Waldemar Cordeiro a arte concreta já era uma arte computacional feito sem computador, porque já era uma arte lógica. Eles pegavam ideias e transformavam essas ideias em números e isso viravam os padrões que vemos na arte concreta. Todo trabalho que é feito alí, é um trabalho de grid, de padronagem, de uma forma bem lógica, que girando e fazendo pequenas intervenções geram outros padrões. O próprio Alexandre tem uma fixação por grids, que tem uma relação grande com sistemas de padrões. Isso tá na base da arte e tecnologia, essa coisa da padronagem, dos grids. Isso também ajuda dar uma ideia desse plano cartesiano, da tela, da lógica. Uma lógica simples, mas que com pequenas alterações geram um efeito grande. Isso também é um conceito relacionado à complexidade. É dessa simplicidade que vem ideias sofisticadas. Toda arte generativa também é isso, são sistemas de regras simples que geram efeitos visuais complexos.

Carlos escreveu:

  • Alexandre recentemente organizou um debate sobre o ensino de programação criativa bem legal. A gravação da Noite de Processing sobre ensino de programação em contextos criativos :)
    • https://t.co/UUSQk0V6KH
    • Registro do chat: https://t.co/ywyElrsOMM -Debate: Ensino de programação em contextos criativos
    • Site dos encontros Noite de Processing https://garoa.net.br/wiki/Noite_de_Processing

Alexandre escreveu:

  • Falando em museus, recentemente teve várias exposições muito legais lá fora vou pegar uns links aqui...
    • Chance and Control: Art in the Age of Computers - Victoria and Albert Museum
    • Vera Molnár - The Mayor Gallery
    • Coder le Monde - Centre Georges Pompidou
    • Programmed: Rules, Codes, and Choreographies in Art, 1965–2018 - Whitney Museum

Thais escreveu:

  • Vocês conhecem a Fablearn? Grupo de pesquisa do teachers college, da Universidade de Columbia. Eles estão com processo seletivo aberto para participar de um programação de formação de professores com essa abordagem construcionista/de aprendizagem baseada em projetos. https://fablearn.org/fellows/

Alexandre escreveu:

  • Olha tem muitos amigos envolvidos na rede brasileira de aprendizagem criativa que tem relação com esse pessoal, se não me engano https://aprendizagemcriativa.org/
  • Ah, sabia que já tinha ouvido de FabLearn, a Cassia é minha amiga: https://fellows.fablearn.org/author/cassia-fernandez/
  • Ela desenvolveu um kit didático no mestrado dela que tava sendo continuado o desenvolvimento pelo Nathan https://www.betakit.click/

  • Tava lendo um doutorado aqui que falava duns lances de 4CID (design instrucional) você já viu algo sobre isso? https://www.4cid.org/about-4cid

[Alexandre e Thais fizeram uma video chamada da qual não pude participar, mas após a conversa compartilharam mais alguns links]

Alexandre:

  • Material sobre Processing:
  • Monica Rizzolli e Alexandre Villares arteprog.space/programacao-criativa
  • Prof. Guilheeme Ranoya da UFPE material didático

  • Processing + Python online:

  • https://trinket.io/
  • Skuplt IDE
  • Brython IDE

  • Manual de pesquisa sobre ensino de programação Cambridge Handbook of Computing Education Research

  • Um exemplo de "pseudo-ASCII art" usando captura de vídeo em Processing Java Un_mirror_ASCII.pde

Thais também compartilhou um link:

  • Linguagem de programação com blocos com resultado em objetos 3D http://beetleblocks.com/

Carlos disse:

  • o minicurso de aprendizagem criativa do Mitchel Resnick, criador do Scratch: https://www.youtube.com/playlist?list=PLWYSStu1G4LF6GPmZR7kkjLE04aquy80o

  • Compartilhei o artigo "If Art Education Then Critical Digital Making: Computational Thinking and Creative Code"

    • This article advocates for computational thinking as an urgent need within art education to prepare students to utilize digital innovations and create code-based artworks. By reviewing the constructionist origins of computational thinking for art educational purposes, we posit that creative code can benefit studio art practice while making broader contributions to conceptions of computational thinking across disciplines. We emphasize three concepts to engage in critical digital making by recognizing code as critical text, code as open or proprietary, and code as digital material to be performed and acted upon.

Então sugeri organizar as mensagens aqui, espero que a discussão caminhe pra cá também, assim todos poderão colaborar.


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vamoss respondeu 4anos, 7mesesatrás

Acabei de conhecer esse mini curso do Mitch Resnick, criador do Scratch.

Learn Creative Learning


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svenancio respondeu 5anosatrás

Oi Bárbara, oi pessoal! Sou professor e doutorando em artes e inteligências artificiais na USP. Nunca dei aula de programação criativa pra crianças e adolescentes, mas muito me interessa discutir criticamente as estratégias de ensino do pensamento computacional, até porque eu enfrento dificuldades em aulas particulares pra adultos, principalmente quando relacionadas a temas mais matemáticos (por sinal, Bárbara, foi excelente sua explicação "zen" do seno e cosseno no PCD Rio!)

Eu estou de olho em um livro novo do John Maeda, que só pelo título parece ser interessante pra gente: "How to Speak Machine: Computational Thinking To The Rest of Us"

Enfim, ficarei de olho nessa conversa!


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