adolescentes crianças ensino básico p5.js python scratch
Oi galera, criei esse tópico para trocarmos ideias sobre o assunto, podendo ser sobre metodologia, conteúdo, currículo, avaliação e projetos.
Dou aula na Escola Eleva onde trabalhamos pensamento computacional a partir do 1º ano, scratch e outras ferramentas de programação em blocos a partir do 4º, python a partir do 8º e p5,js a partir do 9º, como parte do conteúdo de uma disciplina com foco em desenvolvimento de projetos.
Vamos juntar quem ensina para crianças e adolescentes aqui? Quem são vocês?
Salve Bárbara!
Tenho experiência com Scratch tanto em contextos mais formais (cursos) como em atividades não-formais, como oficinas, principalmente no Sesc-SP, onde trabalho tempo parcial como educador de tecnologias e artes. Gosto muito!
No ensino médio tenho tentado usar Processing modo Python, que eu uso nos meus trabalhos ensino também para adultos. Estou trabalhando em um material didático aberto em github.com/villares/material-aulas. Gosto também de juntar Arduino e Processing usando comunicação serial (Firmata, pra simplifiacar) em atividades lúdicas.
Já dei muitos cursos de Processing "tradicional' (modo Java), e alguns com p5js. Tenho resistência em usar p5js como ferramenta educacional, apesar da grande vantagem do compartilhamento web (e muito material disponível) acho uma linguagem cheia de "surpresas", e sujeita a erros silenciosos, que na minha opinião atrapalham muito a formação de bons modelos mentais ('notional machine').
[Carlos de Oliveira: Este texto é resultado de uma conversa que aconteceu por mensagens que troquei com Alexandre Villares e Thais Azevedo. Essa conversa acontece em razão de um convite feito por Alberto Harres.
O objetivo da conversa era pensar em referências que colaborem para o aprendizagem de tecnologias criativas para crianças.]
Alexandre escreveu:
Queria comentar que ensinar lógica de programação em separado é um fenômeno meio atípico do Brasil, não existe praticamente em outros países (tem a ver com a dificuldade de acesso aos computadores nas universidades quando se começou a ensinar programação)
Gosto das práticas de ensino de ideias da computação sem computadores mas não vejo tanto sentido em ensinar a programar pra valer no papel, acho mais legal usar scratch ou outra ferramenta de prog pra valer
csunplugged.org - Material da Nova Zelândia que chama "ciência da computação sem computadores", ele mesmo traduziu alguns pedaços do curso para uso próprio. A versão mais antiga está arquivada sob classic.csunplugged.org.
Carlos escreveu:
Quando ensinando programação para crianças do morro da mineira aqui no Rio, entendemos que o desafio antes do código era um desafio cultural. Há uma crença de que a tecnologia é um caixa preta, que tudo funciona de forma mágica e que abrir essa caixa é ilegal e a quebraria!
Quando percebemos esses bloqueios, demos um passo para trás, e trouxemos filmes e discussões.
Alguns filmes legais que exibimos foram:
Acredito que esse esforço inicial atua diretamente na autoestima da criança, colaborando para a percepção de que ela é capaz e os objetos ao seu redor podem/devem ser reconfigurados/hackeados.
Tb gosto de uma abordagem orientada a projetos.
Teve um caso de ensinar angulo para um aluno que visivelmente "não estava na hora de aprender" isso, e não teve qualquer bloqueio para entender, pois havia propósito no aprendizado.
Depois de um tempo começamos a trabalhar mais o senso crítico, o porque estávamos aprendendo a manipular a tecnologia. Como a tecnologia é usada na sociedade... Como podemos utiliza-la para um bem estar social... e por ai vai...
Thais escreveu:
Estou tentando construir uma base curricular para a escola a partir do currículo que a code.org disponibiliza. Algumas ferramentas como o Scratch, o Cubetto e o Little Bits têm me ajudado também a entender e a ensinar de forma mais simples.
Eu trabalho com crianças de 6 a 10 anos de idade. Uma das minhas turmas propôs a criação de um museu. Então estamos investigando as possíveis relações entre a arte e a lógica de programação e compreendendo como podemos seguir com a criação desse museu.
Com uma outra turma, estou trabalhando no desenvolvimento de uma produção audiovisual. As crianças investigaram instrumentos ópticos e foram incentivadas a refletir sobre as relações entre esses instrumentos e a lógica de programação. Elaboramos esses objetos de forma manual e também através do Scratch: https://scratch.mit.edu/projects/417449879/
Carlos falou (transcrito):
Carlos escreveu:
Alexandre escreveu:
Thais escreveu:
Alexandre escreveu:
Ela desenvolveu um kit didático no mestrado dela que tava sendo continuado o desenvolvimento pelo Nathan https://www.betakit.click/
Tava lendo um doutorado aqui que falava duns lances de 4CID (design instrucional) você já viu algo sobre isso? https://www.4cid.org/about-4cid
[Alexandre e Thais fizeram uma video chamada da qual não pude participar, mas após a conversa compartilharam mais alguns links]
Alexandre:
Prof. Guilheeme Ranoya da UFPE material didático
Processing + Python online:
Brython IDE
Manual de pesquisa sobre ensino de programação Cambridge Handbook of Computing Education Research
Um exemplo de "pseudo-ASCII art" usando captura de vídeo em Processing Java Un_mirror_ASCII.pde
Thais também compartilhou um link:
Carlos disse:
o minicurso de aprendizagem criativa do Mitchel Resnick, criador do Scratch: https://www.youtube.com/playlist?list=PLWYSStu1G4LF6GPmZR7kkjLE04aquy80o
Compartilhei o artigo "If Art Education Then Critical Digital Making: Computational Thinking and Creative Code"
Então sugeri organizar as mensagens aqui, espero que a discussão caminhe pra cá também, assim todos poderão colaborar.
Acabei de conhecer esse mini curso do Mitch Resnick, criador do Scratch.
Oi Bárbara, oi pessoal! Sou professor e doutorando em artes e inteligências artificiais na USP. Nunca dei aula de programação criativa pra crianças e adolescentes, mas muito me interessa discutir criticamente as estratégias de ensino do pensamento computacional, até porque eu enfrento dificuldades em aulas particulares pra adultos, principalmente quando relacionadas a temas mais matemáticos (por sinal, Bárbara, foi excelente sua explicação "zen" do seno e cosseno no PCD Rio!)
Eu estou de olho em um livro novo do John Maeda, que só pelo título parece ser interessante pra gente: "How to Speak Machine: Computational Thinking To The Rest of Us"
Enfim, ficarei de olho nessa conversa!