por Vamoss
Publicado 3anos, 9mesesatrás
A programação criativa é conhecida por ser uma ótima maneira de penetrar no mundo da programação de computadores e de explorar a criação artística.
Combinar arte e programação contribui em ambas as disciplinas, proporciona ao artista mais autonomia criativa, e proporciona ao programador uma visão crítica e criativa sobre o código.
Sua prática é amplamente difundida pelo mundo, milhares de programadores criam e compartilham artes e códigos todos os dias.
Apesar da arte computacional surgir praticamente junto com os primeiros computadores nos anos 50, a cultura da programação criativa permanecesse restrita à poucos participantes no Brasil.
O festival Multiverso surge com o intuito de democratizar o acesso a essa prática, e tem como objetivo promover essa cultura "divulgando, popularizando, encorajando novas artistas e democratizando o acesso à experimentação, produção criativa e pesquisa em arte generativa e programação criativa por meio de atividades de cunho artístico-educativo.".
Em 2018 o Multiverso se posicionou como o primeiro festival de arte generativa do país. E contou com diversos formatos de atividades, dentre elas a residência artista de 1 ano no qual tive a oportunidade de participar, onde desenvolvi o experimento Pixel Battle.
Na edição de 2021, o Multiverso comemora os 50 anos da Arteônica exposição organizada por Waldemar Cordeiro, e uma das primeiras exposições de arte computacional da América Latina.
As atividades do Multiverso são gratuitas e de nível introdutório, confira abaixo a programação da segunda edição.
12:00 - Debate | Aprendizagens criativas: como a arte e a tecnologia se encontram na educação
Cristiane Sanches / Mercia Britto / Mediação: Paula Brandão
19:30 - Oficina | mirAR: introdução à realidade aumentada
Anastácio
12:00 - Debate | Experiências culturais e subversões das tecnologias algorítmicas
Nina da Hora / Gabriel Pereira / Mediação: Amanda Jurno
19:30 - Oficina | Programação criativa musical
Berin
12:00 - Debate | O uso criativo de algoritmos na arte brasileira
Giselle Beiguelman / Patricia Oakim / Mediação: Monica Rizzoli
19:30 - Oficina | Imprimindo arte em 3D: entendendo Litophane
Lucas Lima
Encontros Digitais e Multiverso se unem para firmar o compromisso com a comunidade nacional. E como parte dessa colaboração, fizemos uma releitura da ASCII Art, estilo artístico que utiliza caracteres para criar formas. Este estilo foi muito utilizado nos primeiros experimentos computacionais, e foi o estilo utilizado por Waldemar Cordeiro para criar "A mulher que não era B.B." (1971)
O processo criativo experimental imaginou a ASCII Art de acordo com a linguagem contemporânea presente na programação criativa, utilizando-se do poder computacional e da acessibilidade do código, todas os elementos gráficos foram elaborados em código-aberto utilizando a linguagem p5js, uma linguagem que roda no navegador da internet.
E assim a linguagem visual do Multiverso se torna também espaço de democratização do conhecimento através do compartilhamento do código e da arte.
https://openprocessing.org/sketch/1094501
Recebam esse festival feito com muito carinho :)